quinta-feira, 24 de março de 2011

Funcionário de usina do Japão recebe elevada dose de radiação

Agência nuclear da ONU diz que 18 trabalhadores foram expostos à contaminação





Um dos trabalhadores empenhados em evitar um desastre na usina nuclear danificada no Japão foi exposto a uma alta dose de radiação que pode elevar o risco de câncer, disse nesta quarta-feira (23) uma autoridade da AIEA (agência nuclear da ONU).
Autoridades japonesas também disseram à AIEA que dois municípios próximos da usina danificada - Chiba e Ibaraki - foram alertados para monitorar produtos de origem marinha, afirmou o funcionário da agência, Graham Andrew.
Altos níveis de iodo e césio radioativo foram identificados perto de pontos de escoamento de água da usina nuclear de Fukushima, "antes de diluição pelo oceano", afirmou Andrew em entrevista à imprensa. O complexo foi danificado pelo forte terremoto de 9 graus, seguido de tsunami, que devastou o norte do Japão e deixou 24 mil mortos e desaparecidos há duas semanas.
Autoridades japonesas fizeram na terça-feira testes de radiação na água do mar perto do local da usina, mas enfatizaram que os níveis elevados então detectados não eram motivo para preocupação.
Numa tentativa desesperada de esfriar os reatores e suas piscinas de descarga do combustível utilizado, os trabalhadores jogaram água do mar no sistema de resfriamento da usina.
As autoridades admitiram que parte da água escorreu de volta para o mar.
A usina ainda não está sob controle e os trabalhadores foram forçados a deixar o complexo quando uma fumaça preta começou a emergir de um dos seis reatores na quarta-feira. A AIEA disse não ter recebido nenhuma informação sobre o incidente.
AIEA defende seu papel
Andrew afirmou que as autoridades japonesas disseram à AIEA que as taxas de radiação na usina estão caindo, mas indicaram que a contaminação por iodo e césio em áreas próximas aumentou.
A agência da ONU também tem informação de que 18 trabalhadores do local foram expostos à radiação desde o acidente, incluindo um que recebeu uma dose de cerca de 0,1 sievertes (106,3 millisievertes), embora não seja requerido nenhum tratamento médico.A agência não informou quando isso aconteceu. A dosagem média para um trabalhador em usina nuclear é de 50 millisievertes em cinco anos.

O operador da usina de Fukushima afirmou na semana passada que havia elevado o limite para trabalho emergencial para 100 millisievertes por hora.
Um ex-alto funcionário da AIEA, Olli Heinonen, criticou a reação inicial da agência à crise no Japão, dizendo que os relatórios iniciais depois do terremoto de 11 de março davam informação escassa e às vezes contraditória sobre o Japão.


Mortos e desaparecidos passam de 24 mil
O número de mortos e desaparecidos na tragédia que devastou o nordeste do Japão superou a marca de 24 mil, segundo o balanço mais recente da polícia.



De acordo com a polícia, foram confirmadas 9.408 mortes. Além disso, 14.716 pessoas estão oficialmente desaparecidas e 2.746 ficaram feridas. Milhares de refugiados estão abrigados em instalações provisórias.


O governo japonês, no entanto, diz que o número de mortos deve aumentar nos próximos dias.


Esse é o maior desastre natural ocorrido no Japão desde o terremoto de Kanto, em 1923, no qual morreram 142 mil pessoas.
RADIAÇÃO LEVA 3 TRABALHADORES DA USINA NUCLEAR NO JAPÃO Á HOSPITAL

Complexo ainda está sob risco de acidente grave.
Engenheiros retomaram trabalho no reator 3 na manhã desta quinta (24).



Três trabalhadores do reator 3 da usina nuclear de Fukushima Daiichi, no Japão, afetada pelos desastres naturais do último dia 11 de março, foram hospitalizados depois de exposição excessiva à radiação, anunciou nesta quinta-feira (24) a agência japonesa de Segurança Nuclear.
Os funcionários instalavam cabos de energia no reator 3. Eles receberam uma radiação entre 170 e 180 milisievert.
A rede de TV local NKH informou que os técnicos foram levados a um hospital em Fukushima. Dois deles foram isolados, internados e seriam transferidos a um instituto especializado em radioatividade na cidade de Chiba. O outro trabalhador foi liberado.
Na manhã desta quinta, engenheiros retomaram os trabalhos no reator 3 da ameaçada usina nuclear. O complexo, bastante afetado, ainda está sob risco de um acidente mais grave, que poderia causar um grande vazamento radioativo.
O trabalho havia sido suspenso na tarde de quarta-feira (23), após fumaça escura ter sido vista no prédio, e os trabalhadores tiveram de ser retirados do local.Por volta das 16h30 da hora local (4h30 de Brasília), uma espessa fumaça escura foi vista saindo do danificado reator 3 da usina. Esta é a segunda vez em dois dias em que é observada fumaça escura saindo do reator 3, o que indica, segundo os especialistas consultados pela rede de TV local “NHK”, que não se trata de vapor d'água.
A unidade 3 é uma das mais perigosas, porque funciona com uma mistura de urânio e plutônio.
Medo de contaminação
Enquanto isso, continua no país o medo das consequências do acidente para a saúde da população.
A capital, Tóquio, registrou nível de radiação acima do adequado na água de torneira, e as autoridades orientaram para que ela não seja consumida por bebês. Famílias com crianças começaram a receber água engarrafada.
A Agência Internacional de Energia Atômica, da ONU, relatou que um dos funcionários envolvidos nos trabalhos de contenção dos reatores foi exposto a uma dose nociva de radiação, que pode provocar câncer.

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