quarta-feira, 16 de março de 2011

Governo japonês pede que população não estoque combustível e comida

Fornecimento não está chegando às regiões mais afetadas, diz porta-voz

Japoneses fazem fila para tentar comprar produtos em Miyagi


O governo do Japão pediu nesta quarta-feira (16) que a população das regiões a salvo do terremoto tenha moderação na hora de estocar comida e combustível, para garantir que haja quantidade suficiente nas áreas devastadas.
O alerta foi dado pelo porta-voz do governo, Yukio Edano.
- O abastecimento de combustível piora nas zonas mais afetadas pelo terremoto e colocamos todos os nossos esforços para assegurar a provisão nestes lugares.
Edano fez o apelo para que os cidadãos evitem pânico em suas compras de combustível, dado que a prioridade é o fornecimento nas áreas do país mais afetadas pelo terremoto e o posterior tsunami.
Em imagens registradas pelas agências de notícias internacionais, moradores da província de Miyagi, região mais atingida pelo tsunami, estão tendo de enfrentar nevascas e filas em locais gelados para conseguir comprar provisões.
Combustível
O ministro da Defesa japonês, Toshimi Kitazawa, assegurou que sua pasta forneceu combustível que a Força Aérea de Autodefesa do Japão (JASDF) havia armazenado em suas bases por todo o país. Essas reservas de combustível serão repartidas a partir desta quarta-feira por avião na província de Miyagi.
Edano indicou que o Japão não enfrenta problemas de escassez de gasolina, já que vários países ofereceram suas reservas. Com relação aos alimentos, o porta-voz do Governo pediu calma com os estoques, depois que ficaram vazias as estantes de alguns supermercados.
Ele disse que os cidadãos não devem se preocupar com a falta de provisão de produtos de primeira necessidade, e o ministro da Agricultura, Michihiko Kano, afirmou que os depósitos governamentais liberarão suas reservas de arroz.
- Peço ao público que atue com calma e não acumule mais alimentos dos necessários pela urgente necessidade nas zonas devastadas.
Blecautes
As autoridades também pediram que a população continue a economizar energia, enquanto mais blecautes são esperados devido à crise na usina nuclear de Fukushima. Na internet, os japoneses usam nomes de um desenho animado para falar do problema - o desenho também mostrava a realização de blecautes para poupar energia.
A Tokyo Electric Power acredita que precisarão ser mantidos até o fim de abril os cortes de luz em várias Províncias da ilha de Honshu, que por enquanto não afetarão o centro de Tóquio.
Mortos passam de 3.700
Ao menos 3.700 pessoas morreram e 7.000 estão desaparecidas devido ao terremoto e ao tsunami que atingiram o nordeste do Japão, segundo boletins divulgados nesta quarta-feira pela polícia japonesa.
As autoridades do país asiático estimam que o número final de vítimas seja muito maior, pois em alguns dos municípios afetados pode haver milhares de vítimas ainda não contabilizadas.
Não entrou na conta, por exemplo, metade dos 17 mil habitantes da cidade de Minamisanriku, na Província de Miyagi, embora não se descarte que muitos possam ter se refugiado em localidades próximas.


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