terça-feira, 19 de abril de 2011

Japoneses querem troca de governo para reconstruir o país, diz pesquisa

Quase 70% dos entrevistados quer saída do primeiro-ministro Naoto Kan
Homens procuram fotos entre pertences recuperados nos destroços deixados pelo tsunami na cidade de Naori, Província de Miyagi; japoneses estão insatisfeitos com a atuação do primeiro-ministro Naoto Kan após a tragédia

A maioria dos japoneses quer um novo primeiro-ministro para liderar a reconstrução após o terremoto seguido de tsunami do mês passado, mostra pesquisa publicada por um jornal nesta segunda-feira (18).
O chefe de governo foi criticado no parlamento novamente pela maneira como tem tratado da crise nuclear decorrente da tragédia.
O Japão luta para controlar a situação na usina nuclear de Fukushima Daiichi, danificada pelos desastres naturais de 11 de março, um processo que pode levar o ano todo.
A Tokyo Electric Power Co. (Tepco), operadora da usina, declarou neste domingo (17) que espera realizar um desligamento a frio para estabelecer os reatores dentro de seis a nove meses.
Esse prazo só será cumprido se "tudo correr tranquilamente", disse o secretário de gabinete Yukio Edano. A recuperação completa pode levar mais tempo, e a reconstrução da devastada costa nordeste sequer começou.
Desastre é o mais caro da história
O saldo dos danos materiais oriundos do terremoto seguido de tsunami foi estimado em cerca de R$ 480 (US$ 300 bilhões), o que o torna o desastre natural mais caro da história. Mais de 13 mil pessoas tiveram suas mortes confirmadas e dezenas de milhares estão desabrigadas.


Quase 70% das pessoas indagadas pelo jornal de negócios Nikkei disseram que o primeiro-ministro Naoto Kan deveria ser substituído, e um número semelhante declarou que a reação do governo à crise nuclear não é aceitável.
Kan foi criticado mais uma vez no parlamento nesta segunda-feira pela forma como tratou do desastre nuclear. As críticas mais duras vieram de Masashi Waki, parlamentar do oposicionista Partido Liberal Democrático ao comitê orçamentário da Câmara Alta.
Ele insinuou que Kan estava despreparado desde o começo, observando que Kan admitiu não se lembrar dos detalhes de um treinamento do ano passado que simulava um incidente como o de Fukushima.
- O primeiro-ministro Kan está trabalhando duro e deve estar passando por dificuldades. Mas muitas pessoas questionam sua liderança.
Kan disse que ele e seu governo estão dando o melhor de si.
- O Japão vivenciou muitas crises no passado, mas acredito que está é a maior crise nos 65 anos desde o final da Segunda Guerra Mundial. Daqui em diante, devemos persistir em nossa estratégia em duas frentes, e quero fazer todos os esforços nos dois temas [a reconstrução do país e a resolução da crise nuclear].

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