segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Igreja cede espaço para polícia em Nagoya


A Polícia do bairro de Minato esteve numa igreja de Nagoya neste domingo (2 de outubro) fazendo palestras sobre prevenção e segurança num terremoto, acidentes de trânsito e trabalho comunitário.
Policiais de Minato-Ku, Nagoya, em palestra no MIR
A grande maioria da população brasileira ainda tem em mente que a polícia é repressora da violência ou que age somente entre os marginalizados da sociedade. Desmistificar essa imagem é uma das árduas tarefas da  polícia japonesa que é mais comunitária do que repressora. Assim, o policial de carreira Katsutoshi Aizawa, que ocupa um posto no corpo de Minato-Ku de Nagoya, percebeu que as igrejas, que já cumprem também um papel social dentro das comunidades, além do papel religioso, poderiam ser um local onde pudessem fazer palestras e responder às perguntas dos seguidores.
Assim, nesse domingo, o pastor Waldir Kowaltschuk cedeu as instalações da casa e abriu um espaço depois da santa ceia de domingo para que os fiéis pudessem ouvir as palavras da polícia local.  O MIR-Ministério Internacional da Restauração, localizado na vizinhança do conhecido Kyuuban Danchi, recebeu 3 policiais para uma palestra das 13h00 às 14h00 para cerca de 100 pessoas que ouviram atentamente às explicações do policial Aizawa e suas colegas. Como ele explicou em japonês, havia tradução simultânea em português e inglês a fim de que todos entendessem as mensagens.
Aizawa que é responsável pelo setor de estrangeiros, junto com as colegas Kawazu e Kawamura, dos setores de trânsito e comunidade, respectivamente, explicaram sobre a importância das ações da polícia comunitária. Depois, explicaram de forma bem simples e direta sobre a importância dos estrangeiros se integrarem à sociedade japonesa, em especial para a prevenção de acidentes nos casos de terremoto e tsunami, como aconteceu em Tohoku no dia 11 de março deste ano. “É de relevante importância que os estrangeiros compreendam os alertas emitidos num caso de tsunami ou terremoto forte, já que estamos numa região portuária, muito próximos do mar”, enfatizou. Se as pessoas não compreenderem o alerta correm o risco de não se locomoverem para os locais de abrigo e até de se ajudarem mutuamente. Sugeriu que cada um dos participantes se informem sobre os locais dos abrigos e que obtenham muitas informações sobre como se proceder no caso de um terremoto.
público de quase 100 pessoas, maioria brasileira
Já as demais policiais explicaram sobre os procedimentos em relação à segurança no trânsito e sobre os hot spots (considerados locais perigosos em relação à criminalidade). Esses hot spots são áreas escuras,  terrenos baldios ou locais perigosos, os quais devem ser evitados.
A reação do público em relação à palestra foi imediata, mas não aconteceu nenhuma pergunta sobre o tsunami ou terremoto. Todas elas foram em relação ao trânsito ou à criminalidade. Roberto Makiyama, do bairro Nishi, da cidade de Nagoya, foi um dos que queria esclarecimentos sobre procedimentos no trânsito a respeito dos bosouzoku (trupe de barulhentos). Kawazu explicou que a polícia os acompanha para poder gravar em video todas as placas e as fisionomias dos integrantes dessas trupes. “Precisamos reunir provas antes de agir com ordem de prisão. Quando os seguimos é para isso pois os carros de patrulha possuem câmeras. Não adianta pegar só um deles numa batida, queremos coibir a ação do grupo todo”, explicou.
Roberto Maruyama foi o primeiro a fazer perguntas, então, ganhou brindes da polícia
Ao final da palestra e da sessão de perguntas e respostas os policiais entregaram folhetos explicativos e bem detalhados, todos traduzidos para o português, para o público levar para casa e ler com calma.
família Galan, das Flipinas, bebê Daitarlon, Gabriel, Rochanne, Sheila e Gary
A família Galan, das Filipinas, também prestou bastante atenção às explicações . Rochanne Galan, há 5 anos no Japão, disse que esse tipo de palestra é sempre bem-vinda e esclarecedora.
A pastora Cláudia K. Sato também ressaltou a importância da igreja informar e orientar seus fiéis não só pelo aspecto religioso, mas moral e de convívio dentro da sociedade. Soraya Yamazaki, de Komaki (Aichi) concorda com o ponto de vista da pastora e afirmou que gostou da palestra.
Portal Mie

Nenhum comentário:

Postar um comentário