domingo, 23 de outubro de 2011

Japão estuda ampliar evacuação ao redor da usina de Fukushima


JAPÃO


Autoridades num raio de 50 quilômetros devem distribuir iodo a fim de evitar casos de câncer de tireóide em virtude da radiação
REUTERS
Tóquio, 22/out - Mais de sete meses depois do pior acidente nuclear da sua história, o Japão ainda cogita ampliar a zona de desocupação em torno da usina de Fukushima, atingida por um terremoto e um tsunami em 11 de março, e onde ainda é registrado vazamento de radiação.

Depois das críticas sofridas pelo governo devido à demora na retirada dos moradores próximos da usina, especialistas ligados à Comissão de Segurança Nuclear do Japão estão revendo as diretrizes do país para desastres nucleares, e discutem a possibilidade de criar zonas de segurança de 30 quilômetros em torno das usinas, dentro das quais os moradores deverão se preparar para buscar abrigo ou fugir, segundo um documento preliminar divulgado na quinta-feira. Atualmente, a zona de segurança é de 10 quilômetros em torno das centrais nucleares.

Outra proposta é a de recomendar que autoridades locais num raio de 50 quilômetros das usinas se preparem para distribuir comprimidos de iodo aos moradores, a fim de evitar casos de câncer de tireóide em virtude da exposição à radiação.

O comitê pretende rever o documento e finalizar suas recomendações sobre as zonas de evacuação no mês que vem. Mas uma nova revisão das diretrizes, mais completa, deve levar anos, segundo um funcionário do secretariado da Comissão de Segurança Nuclear.

Cerca de 80 mil moradores foram retirados compulsoriamente de um raio de 20 quilômetros em torno da usina de Fukushima Daiichi depois do acidente, e outros 30 mil deixaram suas casas num faixa de 20 a 30 quilômetros, embora alguns já comecem a voltar.

Em março, horas depois do acidente que danificou os sistemas de refrigeração da usina, o governo determinou que apenas quem estivesse a até três quilômetros de lá precisaria sair.

No dia seguinte, quando o aquecimento levou a fusões dos núcleos dos reatores e a enormes vazamentos de material radiativo, as autoridades determinaram a retirada dos moradores num raio de dez quilômetros em torno da usina. Horas depois, a recomendação foi ampliada para 20 quilômetros.

Os EUA e alguns outros países aconselham seus cidadãos a não chegarem a menos de 80 quilômetros da usina de Fukushima.

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