sábado, 3 de janeiro de 2015

Japão promove "trabalho escravo" em massa com programas de treinamento para estrangeiros




por Paulo Sakamoto 

Uma matéria publicada pela agência de notícias AFP revela o lado obscuro da fome do Japão por mão-de-obra barata. Os programas de “treinamento” oferecidos pelo governo japonês à estrangeiros, principalmente asiáticos, está sendo fortemente criticado por especialistas por promover o chamado “trabalho escravo moderno”.

A matéria relata a dura vida de um agricultor chinês que veio ao Japão para trabalhar como “aprendiz” em demolições. “A primeira palavra que ouvi de meus colegas japoneses foi baka.” disse o agricultor chinês em entrevista à AFP.



“A primeira palavra que ouvi de meus colegas japoneses foi baka. Estou exausto fisicamente e mentalmente.”

Assim como os outros 50 mil chineses que se inscreveram no programa de treinamento gerido pelo governo japonês, ele esperava voltar ao seu país com dinheiro no bolso e uma formação profissional que lhe permitiria melhorar de vida, mas a realidade é bem diferente do planejado. “Estou exausto fisicamente e mentalmente.” desabafou ele ao repórter.

O maior problema do agricultor chinês não é a intimidação por parte de seus colegas japoneses, nem o trajeto de duas horas entre seu alojamento e local de trabalho, que consiste basicamente em demolir prédios antigos. O seu maior desafio é pagar a dívida de mais de ¥1 milhão, valor oferecido como adiantamento para o pagamento de despesas de viagem e outras “taxas” cobradas pelos intermediários. O empréstimo transformou-lhe em um “escravo” virtual para a industria da construção civil do Japão. “Não posso simplesmente largar tudo aqui e voltar para a China antes de pagar minha dúvida.” disse ele.

O Japão está desesperadamente a procura por trabalhadores pagantes de impostos para financiar as pensões e os cuidados de saúde para a sua crescente população idosa, mas a sua constituição é “alérgica” à imigração. As barreiras imigratórias impostas por políticos conservadores e pela sociedade fechada, dá liberdade para que programas apelativos de recrutamento de estrangeiros, como os oferecidos atualmente para país asiáticos, sejam a solução mais confortável do governo para suprir a demanda de trabalhadores e contribuintes.

“A questão não é se iremos aceitar imigrantes ou não. Eles já estão aqui, desempenhando um papel vital em nossa sociedade.”

“Esse programa de treinamento é um sistema de trabalho escravo. Você não pode simplesmente sair e ir embora. É um sistema de tráfico de seres humanos, de trabalho forçado.” disse Ippei Torii, diretor da Rede de Solidariedade com os imigrantes do Japão, um grupo não-governamental que apoia os trabalhadores estrangeiros. “A questão não é se vamos aceitar imigrantes ou não. Eles já estão aqui, desempenhando um papel vital em nossa sociedade.” completou ele.















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