quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Sinos tocam em Hiroshima 70 anos após a bomba atômica


Os sinos tocaram esta quinta-feira em Hiroshima, no Japão, num gesto que assinala o 70.º aniversário do bombardeamento atômico por parte dos Estados Unidos.

Às 8.15 horas locais, tocaram os sinos num memorial em Hiroshima, numa cerimônia que conta com representantes de um centena de países, um número recorde.



A essa hora decorreu um minuto de silêncio em memória das vítimas da bomba atômica de urânio lançada pelos Estados Unidos.

Em 6 de agosto de 1945, os Estados Unidos lançaram uma bomba atômica de urânio (batizada "Little boy") sobre a cidade de Hiroshima.

Entre 70 mil e 80 mil pessoas, cerca de 30% dos residentes da cidade, morreram na explosão e na consequente onda de choque, e mais de 70 mil ficaram feridas.

Tanto Hiroshima (oeste) como Nagasaki (sudoeste), a segunda cidade japonesa a sofrer um ataque nuclear norte-americano no final da II Guerra Mundial, pedem há anos à Barack Obama que se torne no primeiro Presidente norte-americano a visitar ambas as cidades.

Apesar de Obama não marcar presença nas cerimônias, a Casa Branca não descartou a possibilidade de a visita poder ocorrer antes do termino do seu mandato, em 2017.

Potências nucleares como a Rússia, Reino Unido ou França têm hoje representantes diplomáticos ao memorial, a ter lugar no Parque da Paz de Hiroshima.






Ainda há vítimas dos bombardeamentos de Hiroshima e Nagasaki

Setenta anos depois dos bombardeamentos atômicos sobre as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki, dois hospitais da Cruz Vermelha continuam a atender milhares de pessoas que ainda sofrem com sequelas deixadas pelos ataques.


Setenta anos depois dos bombardeamentos atômicos sobre as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki, dois hospitais da Cruz Vermelha continuam a atender milhares de pessoas que ainda sofrem com sequelas deixadas pelos ataques.
As duas unidades atenderam, no ano passado, 4.657 vítimas da explosão em Hiroshima e 6.030 da ocorrida em Nagasaki, informou hoje a Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho (FICR) em comunicado.

Calcula-se que milhares dessas pessoas continuem a precisar de atenção nos próximos anos por doenças relacionadas com a radiação.

No total, nos dois centros, foram hospitalizadas 2,6 milhões de pessoas devido a sequelas ligadas à radiação causada pelas bombas atômicas.

Desde 1956, data da abertura, 63% das mortes registadas no hospital de Hiroshima foram consequência sobretudo de diferentes tipos de cancro, como do pulmão (20%), estômago (18%), fígado (14%) ou intestinal (7%). A leucemia foi causa de 8% dos casos.

No hospital de Nagasaki, que entrou em funcionamento em 1969, as mortes causadas por cancro representavam, até março do ano passado, 56% do total.

Segundo a Cruz Vermelha, a taxa de incidência da leucemia entre os sobreviventes dos bombardeamentos foi entre quatro e cinco vezes maior do que a das pessoas que não foram expostas a radiação durante a primeira década, tendo diminuído posteriormente.

Além disso, as crianças com idade inferior a dez anos expostas à radiação em 1945 padeceram, mais tarde, de um tipo específico de leucemia que, normalmente, afeta pessoas de idade avançada e com um índice quatro vezes superior à média.

Além disso, as crianças que sobreviveram manifestaram tendência para desenvolver diferentes tipos de cancro de forma separada, sintoma que a Cruz Vermelha atribui à exposição de todo o corpo à radiação no momento da explosão.

Por outro lado, os efeitos psicológicos dos bombardeamentos continuam a afetar mesmo os sobreviventes que não apresentam sequelas físicas.

A instabilidade psicológica, a depressão e o stress pós-traumático figuram na lista dos transtornos mais comuns.

"Esta comemoração [do 70.º aniversário dos bombardeamentos] faz-nos recordar as consequências humanas indiscriminadas que as armas nucleares têm", realçou o presidente da FICR, Tadateru Konoé.

A Cruz Vermelha estima que estejam vivos atualmente 200 mil 'hibakusha', nome pelo qual são conhecidos os sobreviventes dos bombardeamentos atômicos.





Ví no jn.pt/

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