terça-feira, 15 de março de 2011

Usina nuclear japonesa tem nova explosão e afeta reator 2

Falha no sistema de resfriamento piora a situação no complexo nuclear de Fukushima


Uma nova explosão no complexo nuclear de Fukushima, no norte do Japão, afetou o sistema de resfriamento do reator número 2 e piorou ainda mais a situação dessa central, informou nesta segunda-feira (14) a rede americana CNN.
A agência de notícias France Presse informa, citando um anúncio do governo japonês, que uma parte do recinto de confinamento do reator 2 parece ter sido destruído, deixando a entender que era possível um vazamento radioativo.
Segundo a CNN, essa última explosão teria sido ocasionada por um acúmulo de hidrogênio, que danificou o sistema de refrigeração do reator. O chefe de gabinete do governo japonês, Yukio Edano, disse que não descartava a possibilidade de um colapso em todos os três reatores da usina.
Com o mais novo problema, cresce o temor de que um vazamento de radiação pode piorar ainda mais o cenário de devastação do país, atingido na última sexta-feira (11) pelo forte terremoto de 9 graus na escala Richter, o maior já registrado no Japão.
A explosão no reator número 3 de Fukushima, na madrugada desta segunda-feira (14), deixou 11 pessoas feridas e foi poderoso o suficiente para destruir o telhado e as paredes de um prédio.

De acordo com a CNN, autoridades informaram que funcionários trabalharam para bombear água do mar para o reator 2, como vêm fazendo para os reatores 1 e 3, disseram autoridades. O reator 1 sofreu uma explosão no último sábado (12).Japão pede ajuda aos Estados Unidos e à ONU
O Japão já pediu ajuda aos Estados Unidos e à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), para que enviem especialistas para ajudar na atual crise nuclear.

Ainda hoje, o primeiro-ministro japonês, Naoto Kan, anunciou que o governo criará uma resposta conjunta com o operador do reator nuclear de Fukushima para melhor gerir a crise, informa o jornal britânico The Guardian.

Naoto Kan também disse aos repórteres que ele vai liderar pessoalmente as operações, que ficará localizado na sede da Tokyo Electric Power Co, segundo a agência de notícias Associated Press.

Agência de Energia Atômica tranquiliza sobre vazamento
Apesar do alto estado de alerta, a AIEA tranquilizou as autoridades dizendo que “é muito improvável” que os problemas na usina Fukushima 1 sejam comparáveis ao acidente ucraniano de Chernobyl, como alguns especialistas disseram anteriormente.
A catástrofe de Chernobyl, ocorrida em abril de 1986, foi avaliada no nível 7, o mais alto já alcançado, definido como um “acidente maior, com um efeito estendido ao meio ambiente e à saúde”. Já as autoridades japonesas anunciaram que Fukushima 1 alcançou o nível 4 da escala de acontecimentos nucleares e radiológicos (INES).
Ainda nesta segunda-feira, a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou que os riscos para a saúde pública causados pelos vazamentos radioativos nas centrais nucleares do Japão são mínimos, já que há pouca radiação oriunda do vapor que saiu dos reatores.
Japão combate superaquecimento com água do mar
Para tentar evitar um superaquecimento dos reatores, o Japão começou a injetar água do mar nos equipamentos, após as falhas no sistema de refrigeração decorrentes do terremoto de sexta-feira.
Apesar da tentativa, o país não teve muito sucesso para deter definitivamente os vazamentos .
Para evitar riscos perante a possível fuga de material radioativo, as autoridades tiraram cerca de 200 mil pessoas da região de Fukushima. Além disso, as autoridades japonesas distribuíram 230 mil unidades de iodo - que serve como antídoto para um determinado tipo de radiação -, mas o material ainda não foi entregue, de acordo com a AIEA. 

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