Segundo diplomata brasileiro, novembro foi o mês mais violento, com 56 mortes


menino refugiado
O brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro, que integra a Comissão Internacional de Investigações sobre a Síria da ONU, afirmou nesta sexta-feira (2) que as forças de segurança provocaram a morte de 56 crianças em novembro, o mês mais violento desde o início dos protestos no país.
- Segundo fontes confiáveis, até agora 307 crianças foram mortas pelas forças de segurança. Novembro foi o mês mais letal, com 56 crianças mortas.
declaração de Pinheiro foi feita durante uma reunião especial do Conselho de Direitos Humanos (CDH) da ONU sobre a situação na Síria.
A pressão sobre Assad aumentou ainda mais ontem, com a divulgação de novo relatório da ONU sobre a violência no país. Segundo as Nações Unidas, desde o início dos protestos, em março, as forças do governo Assad já mataram mais de 4.000 pessoas.
A Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Navi Pillay, insistiu hoje na "necessidade urgente" de que a Síria "preste contas" por crimes contra a humanidade, durante a abertura da sessão especial, ocorrida em Genebra.
Pillay recordou as conclusões do relatório divulgado na segunda-feira pela comissão internacional de investigação, com mandato do Conselho de Direitos Humanos, que denuncia crimes contra a humanidade cometidos pelas forças de segurança sírias.
Protestos começaram em março
Bashar al Assad chegou ao poder em 2000, após a morte de seu pai, Hafez al Assad, que comandou o país por quase 30 anos. Assim que as revoluções árabes se espalharam da Tunísia para o Egito, no final de janeiro, Assad decidiu agir para garantir seu poder, prometendo apressar reformas na Síria.
Mas como as mudanças não foram implementadas imediatamente, os sírios saíram às ruas em meados de março para protestar. Os manifestantes pediam, inicialmente, reformas básicas, mais liberdades, sistema política multipartidário e o fim da lei de emergência, que fazia da Síria um estado de exceção desde 1963, facilitando a repressão aos opositores.
Diante da revolta, o mandatário assumiu um discurso duro, chamou os manifestantes de terroristas e os protestos começaram a ser reprimidos.
Assad respondeu às demandas com a promoção de reformas, como o término do Estado de Emergência, o fim de um tribunal que julgava pessoas que ameaçavam o regime e a divulgação de projetos de lei eleitoral.
Apesar disso, as revoltas continuaram, já que as detenções arbitrárias e o uso da força também seguiram. Agora os manifestantes pedem a Síria livre de Assad e eleições democráticas.
Mãe acusa rebeldes sírios de ter matado seu filho em Homs, principal foco de resistência ao governo. Jornalista conheceram a história de Georgina Mtanious al Jammal após viagem organizada pelo ministério de Informação do país (Youssef Badawi/EFE)
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