sábado, 24 de março de 2012

Situação no Mali é caótica, dizem brasileiros

Mundo
Após golpe de militares, situação <br>no Mali é caótica, dizem brasileiros
Soldados pilham postos de gasolina e roubam carros em Bamaco, capital do Mali, conforme a situação torna-se caótica após o golpe militar que derrubou o presidente Amadou Toumani Touré, anteontem.
Cercados pelo conflito e imobilizados por um toque de recolher, brasileiros evitam as ruas no país africano.
A professora Paula de Melo, no Mali desde 2010 para trabalho voluntário, diz que mantém a família --marido e duas filhas-- às custas da compra do mês. "Tenho estoque até terça-feira", afirma à Folha, por telefone.
Essa é a previsão que os insurgentes deram para a normalização da situação no país.
Com a notícia de que as tropas do governo retomaram a sede da TV estatal, primeiro edifício tomado durante o golpe, havia ontem, no entanto, receio de contragolpe e, portanto, mais disputas.
Melo conta que, nas ruas, testemunhou militares disparando para cima e que a cidade esteve por 24 horas sob tiroteio.
A União Africana afirmou ter garantias de que o presidente Touré está em segurança, protegido por soldados. O bloco suspendeu Mali como membro após o golpe.
EMBAIXADA
Os dez funcionários da embaixada brasileira em Bamaco permanecem trancados no edifício.
"Estamos confinados desde quarta-feira à noite. Não é seguro sair", diz a diplomata Marianne Guimarães.
Ela relata que a embaixada permanece com água, eletricidade, internet e telefone. Mas já há notícias de racionamento, nos próximos dias.
"Sabia-se que havia insatisfação, mas não a esse ponto", afirma Guimarães, surpresa com a insurgência.
Os militares justificam a ação golpista devido à incapacidade do governo legítimo de lidar com a rebelião dos nômades tuaregs no norte do país.
"É um golpe sem sentido, pelo calendário eleitoral", diz --o presidente Touré deixaria o cargo em abril, após as eleições.
Além dos funcionários da embaixada, estão isolados no edifício três brasileiros que integravam uma comitiva ao país.
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil afirma que há, no total, cerca de 30 brasileiros no país.
Agências de notícias afirmavam, ontem, que civis juntaram-se às tropas na pilhagem. Itens como pão e gasolina tornaram-se escassos.
A Comissão Europeia anunciou a suspensão temporária da ajuda do bloco ao desenvolvimento no Mali. Estava prevista a entrega de € 584 milhões (R$ 1,4 bi) entre 2008 e 2013.

Fonte Folha.com

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