segunda-feira, 23 de abril de 2012

Família da brasileira que morreu no Hopi Hari retoma a vida no Japão

Japão


“Está difícil. Mesmo entrando no quarto, olhando as fotos, as coisas que ela gostava, ainda mexe bastante com a gente”, relata o pai de Yukari Nichimura


Bonecas, fotos e lembranças... Tudo isso lembra a filha Yukari. Nada foi mexido. O quarto da adolescente de 14 anos continua como foi deixado pela menina, antes de embarcar para o Brasil. “Fomos só para passear, mostrar o Brasil bonito pra minha filha. Aí não deu tempo. Aconteceu tudo isso”, relata Silmara da Costa Nichimura, mãe de Yukari.
Das férias tão aguardadas, ficaram lembranças amargas. Em um passeio no parque Hopi Hari, Yukari usou uma cadeira num brinquedo de queda livre que estava com problemas. Ela caiu de uma altura de 20 metros e não resistiu. A jovem teve traumatismo craniano seguido de parada cardíaca.
“Vergonha de ser brasileiro num momento eu tive. No momento em que aconteceu tudo isso. E eu tive que pedir muito. Não, eu tenho que mudar isso no meu coraçção. Existem muitas pessoas boas. Houve coisas erradas, houve, mas tem muitas pessoas boas. Muitas pessoas que sabem ser solidárias. E isso faz com que a gente faça a diferença”, disse Silvana.
O caso continua sob investigação. A família nomeou um procurador para acompanhar o inquérito policial e retornou ao Japão no início do mês. “Foi triste, foi muito triste. Alguns amigos queriam fazer recepção, alguns amigos queriam nos esperar, mas queríamos ficar sozinhos um tempo. Entrar, chorar o que tinha que chorar. Orar a Deus para confortar o coração da gente, e entrar no quarto dela, e ver, porque estava tudo do jeitinho que ela tinha deixado, sentir o que que era”, descreve.
A filha de sete anos sente falta da irmã. Yukari era quem cuidava das lições. Hoje, são os pais que cumprem esse papel. “Está difícil. Como voltamos agora, as lembranças, a casa em si. Yukari no caso, a gente sente que ela está voltando para casa. Está difícil. Mesmo entrando no quarto, olhando as fotos, as coisas que ela gostava, ainda mexe bastante com a gente”, conta Armando Nichimura, pai de Yukari.
Com a ajuda de amigos, a família tenta se reerguer. “Tivemos muitas pessoas que foram solidárias. Deram palavras de conforto. A gente tem que agradecer as orações que essas pessoas fizeram. nós dando força”, acrescenta Nichimura.
O laudo entregue na última sexta-feira para o Ministério Público aponta falha humana e indicou que a trava da cadeira que Yukari ocupava no dia estava solta. Alvaro Santucci Noventa Júnior, delegado de Vinhedo (SP), indiciou 11 pessoas por homicídio culposo (quando não há intenção de matar) pelo acidente que ocorreu no brinquedo Torre Eiffel. Eles podem pegar até três anos de prisão.


Geovanne Saima/JPTV/IPC

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