terça-feira, 29 de maio de 2012

Raios, relâmpagos e trovões



Relâmpago é um belo espetáculo da natureza, mas com poder bastante destrutivo. Sua temperatura é maior do que a da superfície do Sol, seis mil graus Celsius; gera um trilhão de watts, energia suficiente para iluminar uma cidade inteira. Se toda essa energia fosse captada, o Brasil poderia dispensar os demais recursos de produção energética. Estudos revelam um aumento no número de raios no território brasileiros. A média anual recente é de 50 milhões de raios, o que faz do Brasil o país mais atingindo no mundo. O aumento na incidência de raios nos últimos anos se deve a fenômenos como o La Niña e, talvez, ao aumento do clima global, segundo dados obtidos pela Rede Brasileira de Detectação de Descargas Atmosféricas (BrasilDat), processados por um modelo de eficiência de detecção desenvolvido pelo Grupo de Eletricidade Atmosférica (Elat). O fenômeno causou 75 mortes no Brasil e um prejuízo de R$ 1 bilhão em 2008.
O raio é uma descarga elétrica brusca, ocorre durante chuvas e tempestades, quando há contato entre nuvens de chuva ou com uma dessas nuvens e o solo. Nem tudo sobre relâmpagos é totalmente esclarecido, também não há consenso sobre sua formação. Uma explicação bastante aceita entre os cientistas é que partículas de vapor, ao subir na atmosfera, se chocam com minúsculos cristais de gelo. A colisão tira das partículas os elétrons, tornando-as positivas. Os elétrons (negativos) tendem a se acumular na parte inferior da nuvem, enquanto as partículas positivamente carregadas se concentram na parte de cima. A nuvem se torna uma pilha de 100 milhões de volts. A segregação das cargas cria um campo elétrico tão intenso que a carga positiva da nuvem repele a carga positiva do solo, bem abaixo. O campo elétrico também deixa o ar ionizado (eletricamente carregado). Os elétrons ou íons positivos se repelem mutuamente, dando-lhes mais mobilidade e, consequentemente, tornam-se melhores condutores. A ionização do ar forma um elo entre a nuvem e o solo. Este elo é o “caminho” – tortuoso e cheio de ramificações – percorrido pela descarga elétrica.
A descarga elétrica é o raio; o relâmpago é o clarão luminoso resultante dessa descarga, que aquece seu entorno e faz com que o ar superaquecido se expanda rapidamente e exploda; a onda de choque cria o som do trovão, um estrondo sônico. Percebemos o fenêmeno luminoso e depois o trovão, pois a velocidade da luz é muito superior à do som. A luz viaja a 300 mil quilômetros por segundo, isso significa que, se um fenômeno ocorrer a 300 mil quilômetro de distância, levaria um segundo para que o víssemos. Já o som viaja a 340 quilômetros por segundo; se um raio ocorrer a 1.020 quilômetros, só ouviremos o trovão depois de três segundos. Para saber a distância do raio, conte o intervalo de tempo entre o relâmpago e o trovão, depois multiplique o dado obtido (em segundos) por 340 metros. Se você viu o relâmpago e cinco segundos depois ouviu o trovão, isso foi a 1700 metros (5 x 340). Não é uma distância segura, haja vista que tudo a 40 quilômetros do raio é um alvo em potencial.
Os 200 mil amperes de um raio são mais que suficientes para matar uma pessoa, ainda assim, 90% dos atingidos sobrevivem. A maior parte do raio passa pela parte externa do corpo, circulando na umidade da pele e depois desce para o chão. Os órgãos vitais, mais interiores, sofrem menos.
Durante um temporal, evite espaços abertos e abrigar-se debaixo de árvores. Arrepio dos pelos do corpo é um péssimo sinal, significa que a pessoa tornou-se um conectante positivo, o que favorece a atração do raio. Se isso ocorrer, o recomendado é procurar um local seguro imediatamente. Na falta de um, agachar-se e agarrar os joelhos é o melhor a fazer. Um exemplo de local seguro é o interior de um veículo fechado, sem tocar partes de metal . A carga elétrica, se atingir o veículo, não afetará o passageiro, pois a carga fluirá pelo corpo metálico do veículo e será descarregada até o chão, inofensivamente. Ainda assim, é recomendado que matenha o veículo parado. O motorista pode levar um susto, perder o controle e colidir.
O abrigo ideal é uma construção fechada, com para-raios, aparato cuja função é evitar danos provocados por raios. O para-raios foi criado pelo estadunidense Benjamin Franklin, em 1749, após a famosa experiência em que empinou uma pipa em meio à chuva e verificou faíscas nas chaves atadas à linha. O equipamento é instalado no topo de prédios e construções, funciona atraindo cargas elétricas e desviando-as para o solo.


Por: André Teixeira 

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