quarta-feira, 9 de maio de 2012

Sem fonte nuclear, Japão se prepara para cortes de energia no verão

Japão


A desativação do último reator nuclear em operação na manhã de domingo e a falha do governo em convencer um público cauteloso sobre restabelecer a produção em dúzias de reatores, deixa a terceira maior economia do mundo diante de outro verão com severos cortes de energia.
A Hokkaido Electric Power Co desativou sua planta nuclear, o último dos 54 reatores a serem desativados, marcando a primeira vez, desde 1970, que o Japão fica sem energia nuclear.
A economia de $5 trilhões do Japão dependeu excessivamente de fonte nuclear por décadas, com seus reatores fornecendo quase 30% das necessidades de energia, mas devido ao massivo terremoto seguido de tsunami de 2011 e a subsequente crise nuclear, levaram à revolta do público contra a energia atômica.
Ministros do gabinete falharam nas negociações com o publico a respeito de permitir o reinício das plantas nucleares do país, desativando uma a uma para manutenções agendadas e incapazes de retomar as operações devido as preocupações com relação à segurança.

A economia de $5 trilhões do Japão dependeu excessivamente de fonte nuclear por décadas.
O jornal Asahi disse que o sentimento do público era de “indecisão entre dois recursos de apreensão”, temor sobre a segurança da energia nuclear e dúvidas sobre se o Japão poderia viver sem ela.
“As pessoas não deveriam somente criticar o governo, mas tomar sua própria decisão sobre políticas de energia que envolve carga e responsabilidade, tais como através de cooperação em economia de energia,” disse o jornal em um editorial no domingo.
O governo espera entregar uma estimativa até meados de maio a respeito de prováveis cortes nesse verão, e depois produzir um plano para conservar energia que poderia incluir reduções obrigatórias no uso da mesma, disse a mídia japonesa.
Responsáveis pela elaboração de diretrizes estão preocupados sobre os prejuízos na crescente recuperação econômica, já que os cortes de energia poderão ser mais severos e difundidos do que o verão passado, quando muitas áreas no Japão ainda estavam operando reatores nucleares.
Alguns também alertam para a precipitação do termo de longo prazo, já que o crescente custo de eletricidade juntamente com o forte iene, atingiriam a produção e poderiam motivar as companhias a transferir suas produções para o exterior.
“Dependendo da previsão do tempo, o fornecimento de energia poderia pressionar a produção no verão,” disse o Bank of Japan.
“Mas devemos estar atentos não somente aos efeitos de curto prazo, mas também à chance de que cortes de energia poderiam atingir as expectativas de crescimento de médio e longo prazo do país,” disse o banco central em um relatório sobre economia no dia 27 de abril.
O Japão conseguiu enfrentar o verão do ano passado sem nenhum corte ao impor reduções voluntárias no uso de energia em consequência do terremoto e tsunami que arrasaram o país
As fábricas operaram durante a noite e durante os finais de semana para não forçar a rede de energia elétrica do país.
Grandes firmas já estão se preparando para realizar medidas similares nesse verão, mas algumas também planejam gerar suas próprias fontes de energia para cortar custos.
A última vez que o Japão ficou sem energia nuclear foi em maio de 1970, quando os dois únicos reatores que estavam em operação no país naquela época foram desativados para manutenção, disse a Federação de Companhias de Energia Elétrica do Japão.

Fonte:  Japan Today/PortalMie

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