domingo, 23 de dezembro de 2012

Ex-Treinadora do Seaworld envia mensagem para garota mordida por golfinho.





(Ela afirma que 15 golfinhos do SeaWorld são de Taiji, conta detalhes de como é a vida no cativeiro.)

Jillian Thomas estava alimentando um golfinho no SeaWorld de Orlando quando ele se lançou parcialmente fora da água e agarrou a mão da menina. Agora, uma ex-treinadora manda uma mensagem para a menina.

Mês passado, Jillian estava alimentando os golfinhos no “Dolphin Cove” quando um dos mamíferos marinhos se projetou em direção a ela e agarrou sua mão. O golfinho estava tentando pegar a bandeja com peixes que Jillian segurava na hora da mordida.

O ataque deixou quatro feridas no braço da jovem menina e foi filmado pelos pais da garota que desejavam alertar outros pais sobre o perigo de se alimentar animais selvagens. O vídeo logo se tornou viral e a história de Jillian chegou a grande mídia.

Muitos repórteres aplaudiram Jillian por estar preocupada com o golfinho e por expressar um desejo de se tornar uma treinadora do SeaWorld um dia. Mas uma ex-treinadora do SeaWorld enviou uma mensagem para a jovem com esperança de que ela reconsidera-se a decisão.

Samantha Berg trabalhou como uma treinadora de animais no SeaWorld da Florida por três anos e meio, desde fevereiro de 1990 a Agosto de 1993. Berg trabalhou diretamente com as baleias belugas do SeaWorld e as baleias Orcas no Shamu Stadium.

Agora, Berg trabalha como acupunturista e é membro da “Voice Of The Orcas” (“Voz das Orcas”) um grupo de ex-treinadores do SeaWorld que se uniram para juntos revelarem a verdade por trás do mais popular parque de entretenimento com animais mamíferos marinhos do mundo. Parte da carta de Berg segue abaixo.

“Querida Jillian,

Meu nome é Samantha Berg, e costumava ser uma treinadora de animais no SeaWorld. (Sou eu na foto,) Na verdade, assim como você, esse era o meu sonho quando tinha a sua idade.

Eu vi o vídeo do que aconteceu com você no SeaWorld quando foi mordida por um dos golfinhos do “petting pool”. Foi uma experiência assustadora e estou feliz que você esteja bem.

Eu também vi que você ainda quer ser uma treinadora de golfinhos. Fico impressionada que o seu ferimento não a assustou do seu sonho. Mas quero te contar umas coisas sobre os golfinhos cativos e sobre como era pra mim trabalhar no SeaWorld.

Uma das primeiras coisas que aprendi foi que todos os dias deveríamos dizer para os visitantes, coisas que não eram verdade sobre a saúde e o bem-estar dos animais – provavelmente você ouviu algumas destas mesmas coisas quando você visitou o parque. Apenas podíamos dizer alguns fatos disfarçados sobre os animais – coisas que o SeaWorld queria que soubessem.

Mas você sabia, por exemplo, que o golfinho que a mordeu tem uma alimentação e nutrição debilitada cronicamente? Golfinhos no SeaWorld são alimentados com uma dieta de peixes mortos e congelados que não os provém os nutrientes e da água que eles realmente necessitam para ficarem saudáveis.

Muitos ficam doentes ou irritadiços e desenvolvem problemas comportamentais. Todos os animais nesses parques precisam de vitaminas extras que são enfiadas nas guelras do primeiro peixe do dia. E muitos deles tomam antibióticos, fungicidas, antiácidos e antidepressivos.

Você olhou atentamente para os animais na “petting pool”? Você deve ter notado que muitos estão cobertos com linhas na pele conhecidas como “ancinhos”. Isso vem de golfinhos atacando uns aos outros com os dentes. Numa piscininha azul não tem aonde os golfinhos correrem e se esconderem então eles brigam com mais frequência – assim como você brigaria se não conseguisse sair de perto das outras crianças da escolinha. Uma vez eu vi um golfinho fêmea jejuar até a morte por que foi intimidada pelos outros golfinhos para vomitar sua comida. Ela perdeu tanto peso que morreu apesar dos esforços da equipe veterinária.

E você já se perguntou como os golfinhos são capturados? Quando você for mais velha, peça a seus pais para assistir ao filme “The Cove” com o ex-treinador de golfinhos Ric O’Barry. O filme se passa nos bastidores de um lugar no Japão aonde golfinhos são capturados e separados das suas famílias. Os mais bonitos e mais novos são vendidos a parques marinhos ao redor do mundo e o resto é brutalmente assassinado. A carne deles é usada para alimentar crianças nas escolas.

Todos os animais do SeaWorld foram capturados na natureza, mas baleias e golfinhos não se dão bem, não prosperam capturados. Então o SeaWorld está trabalhando com o Aquário de Georgia para trazer 18 baleias belugas selvagens que foram capturadas na Russia, para que eles possam criá-los também.

Uma vez capturados, os golfinhos e baleias aprendem que se querem ser alimentados, devem realizar performances ou serem vistos e tocados por visitantes todos os dias do ano.

Eles nunca tem um tempo de folga ou se aposentam. Todos os golfinhos do SeaWorld morrem cativos. Nenhum deles nunca vai ver o mar novamente. Muitos deles morrem ainda muito novos. Uma das piores coisas foi ver muitos animais que eu amava morrendo ainda muito jovens.”

Berg trabalhou com o Dr. Lori Marino, um dos maiores experts em inteligência dos golfinhos para sugerir outros caminhos pelos quais a jovem Jillian possa seguir. Essas ideias que incluem estudar golfinhos e baleias na natureza podem ser vistos no blog “Earth in Transition”.

Por que você tentou falar com Jillian?
SB: Eu tentei falar com ela por que essas são algumas das coisas que eu gostaria de ter tomado conhecimento sobre os golfinhos e baleias em cativeiro antes de decidir trabalhar com eles. Se eu soubesse lá atrás o que eu sei agora, eu nunca teria aceitado o trabalho no SeaWorld. Quando eu tinha a idade de Jillian, eu acreditava na propaganda do SeaWorld que a única forma de estudar golfinhos e baleias era eles estando capturados. Eu gostaria que alguém tivesse me aberto os olhos.

O que você espera que aconteça após a carta?
SB: Eu queria que Jillian soubesse que a experiência dela teria sido completamente prevenida e não precisaria ter acontecido. Entretanto, mais pessoas continuarão a ser mordidas e atacadas enquanto golfinhos continuarem a ser mantidos nesses ambientes artificiais e inadequados em parques marinhos de diversão, aquários e programas de “nade-com-os-golfinhos”.

Eu também queria que ela soubesse que enquanto nossa cultura valoriza pessoas que não deixam adversidades atrapalharem a conquista de suas metas, nesse caso, a determinação dela de ser uma treinadora de golfinhos apesar de mordida por um golfinho é errada.

A lição que ela deve aprender é que golfinhos não devem ser capturados em primeiro lugar. E que se ela adentrar numa carreira de treinadora de golfinhos, ela estará perpetuando a ideia de que o cativeiro é aceitável para grandes mamíferos marinhos inteligentes.

Berg também contou ao Digital Journal que é muito importante que pessoas entendam como e de onde esses animais são trazidos. Apenas dois dias atrás, 100 golfinhos-nariz-de-garrafa foram levados para a enseada em Taiji, Japão, e retirados do mar. Trinta e dois animais foram selecionados para uma vida cativa e vendidos a parques de mamíferos marinhos. O bando restante ainda está sendo mantido cativo e pode ser esquartejado mais tarde para tirarem a sua carne.

Berg explica que muitos animais do SeaWorld foram capturados da natureza e que o SeaWorld traz alguns animais de Taiji. De acordo com David Kirby, autor de “Morte no SeaWorld”, o SeaWorld se recusa a condenar abertamente a caça em Taiji. Neste artigo, postado no TakePart.com, Kirby escreveu:

“Há três anos atrás, depois de lançarem o filme vencedor de Oscar ‘The Cove’ MSNBC anunciou que o SeaWorld se ‘recusou a condenar aqueles que ainda compram de Taiji’. O porta-voz da companhia Fred Jacobs, ‘considerou as compras como uma maneira de salvar os animais de serem assassinados’.

‘Nós paramos (de comprar) e não voltamos, não porque estamos com vergonha, mas porque é algo que não queremos mais fazer parte’ disse Jacobs’”.

Comprando esses golfinhos, as unidades marinhas americanas, provém as caças com os incentivos financeiros que eles necessitavam para continuar a caçada.

Numa noticia de capa especial na PBS chamada “Uma Baleia de Negocios” [nota do tradutor: aqui o trocadilho não funciona em português, já que em inglês o jogo seria com as palavras “way”(“caminho”) e “whale”(“baleia”)], Jim McBrain, o diretor de Serviços Veterinários no SeaWorld Inc., respondeu perguntas sobre os animais no SeaWorld adquiridos em caçadas de pesca.

“No nosso grupo, agora, temos falsas baleias assassinas. E três delas vieram de caçadas de pesca, uma delas veio de uma caçada de pesca que foi para o Zoológico de Indianápolis com permissão para que procriassem. Temos duas crias desse grupo agora então tem seis no total. Durante esses anos temos outros que fizeram parte do grupo e que claro, morreram.”

Quando questionado sobre o numero de animais adquiridos nas caçadas de Taiji, Bain, finalmente admitiu: “São 15 no total. É claro que essa informação é pública através do Serviço Nacional de Pesca”. Não é que seja um segredo que o SeaWorld os tem.”

E enquanto não é um segredo, reconhece Berg, e a informação está disponível pelo Ato de Liberdade de Informação, “não é informação que a pessoa normal perderia tempo indo descobrir”, ela disse, “não é a informação que o SeaWorld compartilha com seus visitantes”.



Eu ví no : www.facebook.com/seashepherd.brasi.oficiall
Fonte: http://www.digitaljournal.com/article/338974

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