sábado, 23 de fevereiro de 2013

Morte de brasileiro deixa filhos em dúvida se foi infarto ou homicídio



Desempregado morreu quando recebia em casa a visita de motorista japonês que havia atropelado ele três meses atrás

/ Edson Xavier/JPTV


O corpo do brasileiro Akihiko Fujii teve velório na noite de sexta-feira e foi cremado sábado passado em Gifu, Tarui. Cerimônia acompanhada por amigos da igreja evangélica que ele frequentava em Ogaki e por dois filhos, únicos familiares que ele tinha no Japão.

Teria sido vítima de um infarto fulminante. Mas os filhos e amigos têm dúvidas do laudo revelado pela Polícia de Ogaki. Um japonês de 23 anos foi detido e interrogado como suspeito e liberado poucas horas depois com a conclusão da Polícia de que o que houve foi mesmo morte natural.


No instante do provável ataque cardíaco o suspeito estava na porta do apartamento onde Akihiko vivia. Ele é um motorista japonês que teria atropelado o brasileiro em acidente de trânsito três meses atrás. O acidente aconteceu em outubro do ano passado num trecho da rota 212, em Ogaki. O brasileiro atravessava a pé pela faixa.


O motorista japonês cruzou o sinal vermelho e atingiu em cheio o pedestre. Akihiko Fujii sofreu fraturas e escoriações. Ficou internado três meses no hospital de Ogaki. Teve alta em dezembro e viajou à Gunma onde passou as festas de fim de ano na casa de um dos filhos.


Duas semanas atrás ele voltou para Gifu, e nos próximos dias deveria iniciar sessões de fisioterapia. Akihiko Fujii completaria 64 anos no próximo mês de agosto. Os dois filhos no velório garantiram que apesar do atropelamento o pai estava bem de saúde. Não tinha nenhum problema cardíaco. Pretendem buscar na polícia um esclarecimento mais convincente sobre em que circunstâncias ocorreu a morte.


O corpo apresentava hematomas e escoriações na cabeça e corte profundo no supercílio direito. A polícia revelou aos filhos que os ferimentos foram causados quando o corpo caiu no corredor à porta do apartamento. Os óculos teriam causado os cortes.


“Eu conversei com ele um dia antes e ele estava normal. Estou achando muito estranha essa história, não está batendo. Só quero saber a verdade. Se ele faleceu por uma morte natural, tudo bem, mas se foi uma causa de outra pessoa, que tenha justiça. O japonês foi interrogado e foi embora”, afirma o filho Marcelo Fujii.


A polícia não revelou por que razão o tal motorista foi visitar o brasileiro e descartou suspeitas de agressão. O outro filho, Márcio, conta que chegou a conversar com o pai sobre a visita do japonês. “Eu achei estranho e ainda perguntei pro meu pai um dia antes. Por que ele está ligando para o senhor? Pra quê? Não precisa mais”, disse.


Eles voltaram ao prédio onde o pai morava sozinho no apartamento 102 num conjunto no bairro de Miyashiro, em Tarui. Contam que foi uma testemunha que chamou a ambulância, ao presenciar o jovem motorista japonês que tentava reanimar o brasileiro caído no corredor à porta do apartamento.


Fujii morreu antes de receber os primeiros socorros. A vítima não chegou a receber indenização pelo acidente sofrido três meses atrás. A seguradora do motorista japonês só arcou com as despesas do hospital.





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