terça-feira, 5 de março de 2013

Brasileiros em Minokamo protestam contra cartaz em drogaria que fazia alerta aos estrangeiros



Gerência retirou o aviso considerado preconceituoso
/ Edson Xavier/JPTV

Divulgação

Cristina Ito, vive no Japão faz duas décadas. Nos últimos quatro anos mora em Gifu, Minokamo e costuma fazer compras numa drogaria que vende desde vestuário, produtos de supermercado, perfumaria e medicamentos, entre outros. Ela diz que notou já faz algum tempo, que em alguns pontos do estabelecimento foram fixados cartazes com um recado bem claro.Brasileiros em Minokamo protestam contra cartaz em drogaria que fazia alerta aos estrangeiros

Diz o seguinte: “se nós acharmos qualquer tipo de atos criminais de estrangeiros nós seguramente informamos não só à polícia, mas também seu lugar de trabalho e sua agência”

O aviso foi entendido como um ato de preconceito contra consumidores estrangeiros que são em grande número na cidade. “Frequento há 9 anos, desde quando eu cheguei aqui. É uma palhaçada sem dúvida”, diz o cliente Reinaldo da Silva. Teve até quem pensou em retaliar, deixando de fazer compras no estabelecimento.

“Tem que boicotar, porque não acho correto fazer isso com nós estrangeiros, principalmente com nós brasileiros. Infelizmente nosso povo não é unido. Pelo aviso é contra brasileiro. Nítido que é contra brasileiro”, opina Jeferson Costa. Consumidores brasileiros da farmácia sentiram desconforto com o cartaz que sugere uma medida de preconceito ou discriminatória com estrangeiros em geral. E não deixaram por menos. Um grupo foi até o estabelecimento questionar a gerência sobre tal medida.

Na ausência do responsável no fim de semana, o jovem sub-gerente não sabia o que fazer, nem o que falar ao grupo para remediar a situação. O protesto brasileiro ganhou simpatia de muitos clientes japoneses que estavam no local. E teve adesão de outros estrangeiros que também faziam compras, como Emud Mohamed, do Bangladesh. Ele observou que são muitos os estrangeiros de diferentes nacionalidades em Minokamo, e que um cartaz desse teor poderia sim estar afixado. Mas sem especificar a palavra estrangeiros.

Afinal, se existem crimes, os japoneses também o cometem. Casado com japonesa e fluente no idioma, Mohamed disse que vai levar o assunto a responsáveis na prefeitura local. É uma forma de prevenir ocorrências futuras desta natureza. Conforme advogado brasileiro, Nicola Neto, que também esteve na drogaria, ocorrências em que se comprove atos discriminatórios ou de preconceito, devem ser levados à justiça através de uma representação junto ao Ministério Público.

Mas ele diz antes que é preciso conversar, de forma pacífica. “Se foi uma atitude isolada, um equívoco de alguma pessoa, erro, e às vezes nem a própria empresa está ciente do que tá acontecendo. Eu acredito que existem brasileiros e brasileiros. Infelizmente, como existem japoneses e japoneses não pode haver generalização porque ofende aqueles que são consumidores, e sentem-se com toda razão ofendidos”, aponta o advogado.

Por telefone o subgerente relatou o impasse à matriz da rede de farmácias, que fica em Tóquio. Não demorou muito foi autorizado a remover os cartazes, sob aplausos dos brasileiros.

Ele não soube explicar de quem partiu a iniciativa dos cartazes, nem se foi uma medida isolada em Minokamo ou se o mesmo ocorre em outras unidades da rede. “Na verdade a gente esperava uma retratação talvez maior, mas acredito que é uma medida que já vale a pena, que possa até servir de incentivo pra comunidade, pra quando alguém se sentir injustiçado estar procurando ajuda. É possível fazer alguma coisa e nós temos nossos direitos. Esse aqui vai ser um troféu, nunca mais vou sentir mal estar por causa de ações desse tipo”, relata o brasileiro Elloy Yuri.



Eu li no http://www.ipcdigital.com/






Foto by FaceBook Preconceito e/ou Discriminação no Japão

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