quinta-feira, 3 de abril de 2014

Comitê acusa cientista japonesa de fraude em pesquisa sobre células STAP -Haruko Obokata é uma jovem cientista de 30 anos, diretora de uma unidade de pesquisas do instituto público Riken.


A jovem cientista japonesa Haruko Obokata, autora de uma pesquisa sobre as células denominadas STAP, cometeu irregularidades incompatíveis com os princípios da ciência, anunciou um comitê de investigação.

Haruko Obokata

"Ao misturar imagens procedentes de experiências diferentes e utilizar dados anteriores, a professora Obokata atuou de forma que não pode ser permitida", afirma o comitê em um relatório que detalha os problemas detectados.

"Isto não pode ser explicado apenas por sua imaturidade", completa o comitê.

Os trabalhos apresentados recentemente por Obokata na revista britânica Nature eram considerados muito promissores para a medicina regenerativa.

"Mas, levando em consideração a pobreza das notas de seu laboratório, é absolutamente evidente que vai ser muito difícil para outra pessoa seguir e entender seus experimentos, o que representa um sério obstáculo para uma troca saudável de informações", destaca o comitê.

"A atuação de Obokata e a forma acelerada como administra seus dados nos levam a concluir que carece não apenas de ética, mas de humildade e de integridade".

Haruko Obokata é uma jovem cientista de 30 anos, diretora de uma unidade de pesquisas do instituto público Riken.

Em janeiro ela publicou, em duas partes, na revista científica britânica Nature uma tese que apresenta um método de criação de células pluripotentes a partir de células maduras.

O procedimento, que à primeira vista parecia potencialmente revolucionário, consistia em estimular as propriedades de defesa de células submetidas a um estresse particular para fazer com que retornassem a um estágio anterior, quase embrionário, sem passar por manipulações genéticas.

Mas pouco depois um dos co-autores pediu a retirada dos resultados dos trabalhos, alegando que parte dos dados publicados era falsa, o que desencadeou o escândalo.

Um comitê foi criado para analisar as falhas apontadas (imagens manipuladas, retiradas de outros pontos, etc).

As conclusões do comitê de investigação não significam, no entanto, que as células STAP sejam uma pura invenção e que nunca existiram.

"Determinar se as células existem ou não exige estudos adicionais que vão além das competências do comitê de investigação, que tinha como missão apenas determinar se aconteceram ou não irregularidades na tese que apresenta os resultados dos trabalhos", insistiu um dos membros do comitê, o professor Shunsuke Ishii.

A responsável pelas irregularidades é a pesquisadora Obokata, mas os outros participantes deveriam ter exercido de maneira melhor as funções de controle, disse.





Vi no ipcdigital

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