quinta-feira, 21 de abril de 2011

Japão proíbe até moradores de se aproximarem de Fukushima

Moradores pegam permissão com a polícia para retirar seus pertences dos arredores de Fukushima

O Governo do Japão decidiu proibir legalmente a entrada de pessoas no raio de 20km ao redor da usina nuclear de Fukushima Daiichi, informou nesta quinta-feira (21) o primeiro-ministro japonês, Naoto Kan, durante visita à zona.
Segundo Kan, citado pela agência local Kyodo, a proibição entrará em vigor à 0h de quinta para sexta-feira (22). Até agora, o governo japonês recomendava que os moradores da zona deixassem a área devido ao aumento dos níveis de radiação, mas não exigia isso legalmente.
Algumas pessoas, principalmente idosos, ainda permanecem no local, enquanto outros retirados entram e saem da área de exclusão para reaver seus pertences, informou a emissora NHK.
Apesar da proibição, o Governo japonês concederá uma permissão especial de entrada de duas horas a um membro de cada família para recuperar seus pertences, precisou o porta-voz do Executivo, Yukio Edano.
As únicas pessoas que não poderão obter esta permissão serão os retirados em um raio de menos de 3km ao redor da central, acrescentou Edano. Naoto Kan viajou nesta quinta-feira à província de Fukushima para visitar os moradores que se encontram nas cidades de Koriyama e Tamura e reunir-se com o governador Yuhei 
Sato.


Risco de acidente nuclear



Cerca de 80 mil pessoas viviam no raio de 20km em torno da central antes do terremoto e do posterior tsunami de 11 de março que danificou seriamente o sistema de resfriamento da usina nuclear. Segundo dados da polícia japonesa, mais de 14 mil pessoas morreram vítimas do tremor.
A Tokyo Electric Power Company (Tepco), empresa operadora da central, anunciou no domingo (17) que prevê devolver o resfriamento estável aos reatores de Fukushima em três meses e levá-los ao estado de "parada fria" em um prazo entre seis e nove meses.
O Governo indicou que, uma vez controlada a central, revisará os perímetros de retirada dos moradores, que até o momento afetam todas as localidades em um raio de 20km e algumas situadas até 40km.

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